terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Pequena Pausa

Enquanto o ano findava, eu não postei nada por conta de compromissos e do turbilhão que se formou durante estes meses finais. Era muita coisa pra pensar e eu vendo muita coisa também: eleições, corrupção, injustiças por ai afora... bem, não deu pra falar ou escrever muita coisa... apesar de muitas coisas se passarem na minha cabeça. Restaram alguns rascunhos, que eu vou dar forma em algum momento neste ano que se inicia.
Feliz Ano novo a todos os que entraram e leram o Blog...
Ano que vem tem mais postagens... Abraços a todos!!!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pra frente, Brasil!!!

Passadas as eleições é hora de partirmos para a análise dos fatos: fiquei me perguntando neste tempo todo sobre as denúncias feitas neste ano. Só de ver a capa do site Deu no Jornal( www.deunojornal.org.br) vê-se as seguintes chamadas: Fichas sujas superam os 700 mil votos em SP; Fichas sujas punidos na urna; Na sombra do marido( Caso Roriz); Dourados deve poupar 4 mi já em outubro, diz interventor; Filho de Dirceu e outros 48 são detidos; Deputados sob suspeita. 
Ao ler estas notícias, nada mais parece ser espantoso. Tudo parece ser tão cotidiano e vai ficando assim. Vamos sendo sedados lenta e gradualmente pela barbárie que vai se avolumando ao nosso em torno e vamos começando a achar que é assim mesmo. Pior do que achar que é assim mesmo, é que alguns vão começando a reproduzir tal comportamento. 
Eu penso ser enganoso o fato de que o candidato Tiririca tenha sido eleito por votos de protesto contra a atual situação. Ao meu ver, o fato do palhaço ter se eleito é a mais contundente prova que que começamos a reproduzir um modelo em que qualquer um pode se dar bem. Vejam, não é a mesma coisa que votar pra protestar. Tiririca parece ser fruto de uma orquestração para eleger alguns deputados, pois este foi o efeito imediato da sua vitória nas urnas, não creio que tenha sido um voto de protesto, mas sim um voto de simpática ignorância desse povo que se identifica com o absurdo, com o inaudito, com o esculacho. Foi um voto em que a população docemente se identificou com o Palhaço... Portanto, não foi protesto, foi identificação legitima com o candidato. 
Se alguém quiser dizer ainda que o nosso eleitor foi protestar nas urnas, bem, primeiro precisamos saber qual o perfil deste eleitor. O de Marina Silva, por exemplo, entendemos que foram jovens, em sua maioria e que fizeram a diferença ao buscarem uma alternativa plausível ao absurdo eleitoreiro da Dilma edo Serra. Mas e o eleitor de Tiririca? O site www.ricardomoraleida.com afirma que "o eleitor do Tiririca se divide em duas partes: uma parte grande de gente pobre, semi-analfabeta, que se identifica com a origem e com o sucesso do palhaço, que acha que de alguma forma ele representa a população pobre melhor do que um candidato engravatado. E uma parte eu acho que posso atribuir à classe média que tem horror à política, aquela que vota “for the lulz” ou dá o seu “voto de protesto” e depois xinga o sistema do Voto Proporcional que coloca candidatos do PRONA no Congresso Nacional."( o post foi publicado dia 07 de setembro de 2007). O blog de Ronir Rafael ( http://ronirafael.wordpress.com/) coloca-nos o problema da "burrice" do eleitorado, diria eu... ignorância mesmo. Há várias explicações para a eleição de Tiririca, se a resposta de seu eleitor para ter votado no palhaço é "porque ele é engraçado", tá valendo! Por um lado alguns sites colocam Tiririca quase como um Lula surreal: pobre, semi ou totalmente analfabeto em um país que elege a democracia como forma de possibilitar a todos subir ao poder, mesmo os despreparados; por outro, Tiririca é um fruto dos desvios e desatinos da nossa política malandra, das propinas e da impunidade. O povo acaba votando por obrigação mesmo. Tem que votar! Talvez o perfil do eleitor do Tiririca seja esse mesmo: vota por ser obrigado, por isso vota em qualquer um que seja legal... Em um país em que a cidadania é algo ainda distante e que fica somente no papel, quantos outros palhaços não foram eleitos... só que os outros, são menos engraçados!!!



sábado, 28 de agosto de 2010

Isso é uma violência, mas vc não percebe que é violência!!

Na foto, uma senhora sentada na mureta na Praça do Rádio Clube de Campo Grande vendendo frutas e água. Podemos passar diante dessa cena indiferentes ao fato de que uma senhora com aproximadamente 70 anos está ainda lutando para sobreviver em uma sociedade que não lhe possibilita uma aposentadoria digna. É sintomático o quanto achamos normal a violência que não jorra sangue, que não provoca contusões ou agressões perceptíveis fisicamente, mas não percebemos a violência social... esta da qual sofremos diariamente e, em determinadas situações até mesmo acreditamos ser normal e razoavel, como a competitividade do sistema capitalista que joga nas periferias uma infinidade de pessoas que não conseguem espaço de crescimento no mercado de trabalho.
Acreditamos ser normal competir e consequentemente, reiteramos o discurso da competitividade que premia os que enrriquecem, mesmo sabendo que o processo de enrriquecimento é também basedo na expropriação ou exploração da massa trabalhadora.
O problema não é ficar somente neste contexto, mas sim buscar problematizar isso a partir da compreensão de uma necessidade intrínseca do poder enquanto relação, de produzir mecanismos que procuram justificar esse mesmo poder através da incitação de determinados discursos, um deles é o de que o pobre o é por sua própria incapacidade de adaptar-se ao sistema, portanto, à civilização e... portanto, a uma certa ordem. Em consequencia disso, o pobre é tido como alguém marginal dentro da sociedade. Estes discursos incitados acabam produzindo verdades, que por sua vez são legitimados pela justiça e pelo direito, conferindo assim, o status de verdade ao discurso gerado/ provocado pelo poder. 
A violência do estado contra o cidadão, do sistema contra o cidadão acaba passando por desapercebido pois o próprio cidadão acaba concordando com ela, replicando  e potencializando esse discurso.
Quem questiona o fato de que esta senhora da foto, hoje, não deveria estar gozando de um bom descanso por sua vida de trabalho intenso? Porém, ao mesmo tempo, apoia o seu trabalho, pois cria o discurso da pessoa trabalhadora, que procura ganhar dinheiro honestamente. Possivelmente, esta senhora que é vitima da violência de um sistema altamente predatório, nem se dá conta disso e conta gloriosamente aos seus que o trabalho liberta( Arbeite macht frei!) e está feliz por poder contribuir mais com as despesas da familia.
Em suma, nos violentamos, somos violentados e violentamos, além de apoiar uma violência da qual as vezes nem nos damos conta!!!



quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Eleições 2010 II

Durante o inicio de sua fala, a candidata Dilma Roussef disse: "Boa noite, Boechart! Boa noite, candidato Serra! Boa noite, candidata Marina! Boa noite, Plínio!..."; o Plínio não é candidato no imaginário de Dilma. Foi um ato falho, um flagrante da capacidade de Dilma de não ver o que ela não quer que seja visto ou simplesmente de não quer o que ela não quer. O resto não interessa! Apenas faz parte do jogo os três "principais" candidatos... como dizia Paula Toller: "os outros são os outros e só!!!"...

sábado, 31 de julho de 2010

Profissão de risco

Clique na figura para vê-la ampliada
Ser professor, hoje e por conta da mercantilização do ensino, é a única profissão em que se torna burrice lutar contra a burrice. O risco de ser demitido é mais imediato!!! - Aprendi isso hoje assistindo à séria de TV House, que passa no Universal Channel.

sábado, 24 de julho de 2010

Dinheiro, Política e Poder

A imagem acima pode ser encontrada no site: http://www.loc.gov/shop/index.php?action=cCatalog.showItem&cid=14&scid=427&iid=3716   ( Livraria do Congresso Norte-Americano)
A Biblioteca do Congresso (Norte)Americano é um ótimo espaço a se visitar para conhecer a historia dos interesses por trás da política e do poder. Há na página The Library of Congress Shop uma série de imagens que mostram a intimidade do poder com a economia e também outros setores da sociedade. Em uma visão superficial, os cartunistas norte-americanos parecem ser tão comunistas como os soviéticos do século XX. O interessante é que os cartoons são, em sua maioria, do século XIX( ainda não li todos os dados relacionados a eles). A figura acima, por exemplo, de Willian Grooper( 1937) mostra o poder de Wall Street ao ilustrar 9 magistrados da Suprema Corte sentados em seu colo em uma atitude que representa uma metáfora ao mesmo tempo de domínio desses magistrados e uma metáfora fálica do poder( os juízes estão no local onde o membro masculino se aloja). Grooper havia concluido que a Corte Suprema era controlada pelos interesses de Wall Street. Em outra postagem, já havia comentado acerca do quanto a Democracia é frágil em nosso país, visto que os interesses de poucos acabam subjulgando a necessidade da maioria. Essa conclusão nos obriga a repensar todo o sistema político e buscar alternativas para o controle da influência do poder econômico sobre a política; neste aspecto ainda creio que a educação mantém-se como uma alternativa viável, embora haja a necessidade de comprometimento da população com esse ideal. Há um problema a ser levantado e ser discutido aqui: se a disseminação do conhecimento, se esse modelo viabilizado pela internet, que disponibiliza a informação que se quer, quando se quer e onde se quer; torna possivel a realização de um movimento pela transformação da política a partir do modelo de educação vigente. Atualmente vejo que isso tem que ser pensado e requer também uma transformação na Escola e na Educação. 

terça-feira, 20 de julho de 2010

Filosofia, política e violência

Não é de hoje que estamos presenciando uma sociedade apática diante da violência. O desabafo do taxista, pai do menino morto por policiais no Rio de Janeiro esta semana parece um grito solitário, sem qualquer comoção social que realmente pudesse dar uma resposta para a criminalidade e a violência policial. Alguém de um grupo de Direitos Humanos afirmou que o brasileiro se emociona com times, se movimenta com

A curvatura da flexibilidade

Crise ou nao crise??? O que está acontecendo??? É verdade que temos ai uma série de informações conflitantes: o jornalismo anuncia o caos, o povo do governo estardalha a marola e nossa invulnerabilidade. Quem engana ou quem fala a verdade? A informação representa um grande problema nesses momentos. Deve haver alguém que possua uma certa "informação privilegiada" do que realmente está acontecendo. Dai, se esse alguém tem esse privilégio, o considera estratégico, não partilha ou divide com quem quer que seja, a não ser um certo grupo do seu interesse. Dessa forma, verificamos aquilo que poderia ser um desvio da Democracia que ainda não foi superado pela era da informação: o uso de informações confidenciais para beneficiar o interesse de poucos. Nesse caso, as informações teriam um papel a ser melhor explorado dentro do âmbito da própria política como uma forma de capital ou pelo menos, instrumento de escambo oficial. Jogar com dados estratégicos representa um dilema diante da transparência com a qual querem contar os cidadãos diante dos atos dos seus governantes. Selecionar as informações que devem ser divulgadas podem ter consequências nefastas para qualquer governo. Mas qual o limite ao qual tem o direito o Estado de omitir informações??confundem mais do que elucidam. Temos portanto a possibilidade de duas teses: a primeira, tem a informação como bem estratégico e, por isso não pode ser divulgado sob pena de atrapalhar o desenvolvimento dos negócios. Aqui estabelece-se um problema: qual informação deverá ser ocultada e qual deverá ser exposta??? A informação é um bem público ou bem estratégico no caso de questões nacionais voltadas para a economia. Segunda, a informação é um elemento público e portanto democratizável. Se for assim, qualquer informação, mesmo aquelas que atentem contra o governo vigente, por uma questão ética, deveria ser divulgada.

P.S.: Este texto foi escrito originalmente em 06/2009

Eleições 2010

O que realmente ocorre nas eleições? Geralmente dizemos que o povo é burro, mas esta é uma frase que não cola quando observamos o quanto alguns políticos estão distantes da inteligência. Ao usar e pior, permanecer nos antigos métodos da politicagem em um momento em que fala-se tanto de um Brasil do Futuro, é interessante o quando os candidatos e a população estão ficando no passado. Vou me expressar melhor: os candidatos são os mesmos de sempre, com raras novidades, mas os mesmos! As propostas são exatamente as mesmas( habitação, segurança, educação e mais blablablá!
Conversando com alguns políticos, percebe-se que o povo ainda não olhou para o futuro, pois ainda mantem-se firme ao imediatismo das cestas básicas, do dinheiro fácil e do clientelismo( o político tal vai arrumar um empreguinho pra mim depois da campanha!). Os pedidos por esses produtos ainda persistem.
Sem mais por hoje!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Lei e Cultura

Enquanto desprezamos as ligações entre a cultura e a legislação ou o cumprimento da lei, enquanto alunos de direito menosprezam a Filosofia, a Sociologia, a Psicologia e outras disciplinas formadoras do caráter profissional aparecem de forma contundente as rela??es entre a falta dessas na forma??o da consci?ncia da popula??o e o descumprimento de leis simples e necess?rias como aquelas que regulamentam o tr?nsito.
? fato not?rio em qualquer rua que muitos est?o trafegando com seus veículos sem atentar ? lei e tamb?m tem sido notado que a pol?cia pouco se importa com isso a n?o ser em algum caso extraodin?rio( quando o comandante acorda "com a macaca" por exemplo e coloca a todos pra "apresentar servi?o") ou nas blitze. Ora n?o deveria ser assim. O poder de policiar deveria ser exercido em toda a sua amplitude e dentro dos limites da lei e n?o vemos nenhum e nem outro acontecerem. Por falta de forma??o cultural e por uma cultura de desrepeito e descaso, a todo momento estamos descumprindo a lei e por esses mesmos fatores culturais, esperamos o fato acontecer para depois atuar( ou autuar). Eu tenho uma tese de que ocorre o seguinte: imaginem se a pol?cia come?ar a efetivamente trabalhar... haver? uma reclama??o tal que nossos pol?ticos n?o suportar?o a press?o e far?o de tudo pra fazer as coisas voltarem ao "normal"... mas isso j? aconteceu: foram as tais "opera??o padr?o" que v?rias policias e funcion?rios p?blicos realizaram... nessas tais opera??es eles cumprem rigorosamente com suas prescri??es e o povo reclama, mas isso sempre foi utilizado como instrumento alternativo a greve, para conseguir melhores condi??es de trabalho e salariais, nunca para, simplesmente, cumprir seu dever...