sábado, 28 de agosto de 2010

Isso é uma violência, mas vc não percebe que é violência!!

Na foto, uma senhora sentada na mureta na Praça do Rádio Clube de Campo Grande vendendo frutas e água. Podemos passar diante dessa cena indiferentes ao fato de que uma senhora com aproximadamente 70 anos está ainda lutando para sobreviver em uma sociedade que não lhe possibilita uma aposentadoria digna. É sintomático o quanto achamos normal a violência que não jorra sangue, que não provoca contusões ou agressões perceptíveis fisicamente, mas não percebemos a violência social... esta da qual sofremos diariamente e, em determinadas situações até mesmo acreditamos ser normal e razoavel, como a competitividade do sistema capitalista que joga nas periferias uma infinidade de pessoas que não conseguem espaço de crescimento no mercado de trabalho.
Acreditamos ser normal competir e consequentemente, reiteramos o discurso da competitividade que premia os que enrriquecem, mesmo sabendo que o processo de enrriquecimento é também basedo na expropriação ou exploração da massa trabalhadora.
O problema não é ficar somente neste contexto, mas sim buscar problematizar isso a partir da compreensão de uma necessidade intrínseca do poder enquanto relação, de produzir mecanismos que procuram justificar esse mesmo poder através da incitação de determinados discursos, um deles é o de que o pobre o é por sua própria incapacidade de adaptar-se ao sistema, portanto, à civilização e... portanto, a uma certa ordem. Em consequencia disso, o pobre é tido como alguém marginal dentro da sociedade. Estes discursos incitados acabam produzindo verdades, que por sua vez são legitimados pela justiça e pelo direito, conferindo assim, o status de verdade ao discurso gerado/ provocado pelo poder. 
A violência do estado contra o cidadão, do sistema contra o cidadão acaba passando por desapercebido pois o próprio cidadão acaba concordando com ela, replicando  e potencializando esse discurso.
Quem questiona o fato de que esta senhora da foto, hoje, não deveria estar gozando de um bom descanso por sua vida de trabalho intenso? Porém, ao mesmo tempo, apoia o seu trabalho, pois cria o discurso da pessoa trabalhadora, que procura ganhar dinheiro honestamente. Possivelmente, esta senhora que é vitima da violência de um sistema altamente predatório, nem se dá conta disso e conta gloriosamente aos seus que o trabalho liberta( Arbeite macht frei!) e está feliz por poder contribuir mais com as despesas da familia.
Em suma, nos violentamos, somos violentados e violentamos, além de apoiar uma violência da qual as vezes nem nos damos conta!!!



quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Eleições 2010 II

Durante o inicio de sua fala, a candidata Dilma Roussef disse: "Boa noite, Boechart! Boa noite, candidato Serra! Boa noite, candidata Marina! Boa noite, Plínio!..."; o Plínio não é candidato no imaginário de Dilma. Foi um ato falho, um flagrante da capacidade de Dilma de não ver o que ela não quer que seja visto ou simplesmente de não quer o que ela não quer. O resto não interessa! Apenas faz parte do jogo os três "principais" candidatos... como dizia Paula Toller: "os outros são os outros e só!!!"...