segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O medo da Direita

O título é dúbio, claro! Mas é apenas para chamar a atenção sobre o medo que a direita provoca. Parece que são pessoas que tem a certeza de que a prática maldosa é a mais conveniente. Uma ideia grosseira e errada. São pessoas comuns, tão comuns quanto os de esquerda. São tão comuns que costumam praticar atos semelhantes aos das outras pessoas, mesmo as da esquerda.
O problema é que o povo da esquerda criou uma imagem de que quem pensa à direita no mapa político é um genocida, nazista e autoritário. Esquecem-se que os de esquerda também eram tidos, pelos de direita, como semelhantes.
Ismos, apenas ismos! Capitalismo e Comunismo, Liberalismo ou Socialismos podem ser reduzidos apenas a ismos se não fazem diferença real enquanto ideologia. Seria a mesma coisa que brigar pela composição correta da água: seria Oxigênio e Hidrogênio ou Hidrogênio e Oxigênio? Não se chega a lugar algum.
O fato é que tanto o extremismo de direita, quanto o de esquerda geram o mesmo problema: um governo corrupto, sem representatividade, autoritário e muitas das vezes assassino.
Se a virtude está no meio, como já dizia Aristóteles, deveríamos buscar soluções mais bem elaboradas para os problemas; o porém, é que no pensamento aristotélico, o meio é a virtude, e a virtude é racional. Por ser a virtude algo racional, demanda de reflexão, de pensamento, de perda de tempo em criar algo plausível.
Os extremos são soluções fáceis. Destas que vemos o povo agora começando a pensar e pedir: Se o Brasil está virando um problema, vamos ressuscitar a ditadura. Que voltem os militares e magicamente, teremos novamente a paz. Ninguém quer realmente se responsabilizar por colocar este país nos trilhos.
Falta aqui um estadista! Alguém que assuma o problema e enfrente a dura realidade dos fatos. Se queremos transformar ou mudar este país para melhor, é preciso colocar o dedo na ferida, e talvez, provocar dores que não suportemos; mas, o que fazer? Deixar a coisa do jeito que está, pra ver como é que fica? Ao invés de termos estadistas, temos safados apenas ávidos por poder e dinheiro público. Verdadeiros salafrários, bandidos que não pensam enquanto cidadãos e tampouco reconhecem um país, apenas percebem o Brasil como sendo uma vaca( ou uma viúva) da qual podem, impunemente, tirar quanto leite puderem.
Fosse o Brasil uma vaca pertencente a um Massai, africano que usa o leite e o sangue do animal para se alimentar, nosso país talvez tivesse melhor sorte. O Massai é racional, sabe que não deve matar o animal, senão ele deixa de ser útil,  pois é de onde vem a sua sobrevivência;  é um círculo virtuoso. Já nossos políticos, tanto os da direita, quanto os da esquerda que aí estão, não entendem nada de vacas e, por sorte, o Brasil( a vaca) é grande e cheio de riquezas, que ainda hoje é capaz de aguentar os enormes carrapatos da política nacional a sugarem seu sangue.
Se a direita era má, talvez a atual esquerda seja ainda mais perversa: a direita bate de frente, enquanto que a esquerda tutela em demasia, se a direita é contrária a direitos( humanos, de gays, de índios, etc), a esquerda é a favor de todos eles, mas utiliza estes direitos como forma de tutelar, prender e subtrair a autonomia das pessoas, dos sujeitos de tal maneira a permitir um controle maior sobre a sociedade.
O Estado se torna maior e, se esta foi a ideia inicial de Marx, criar um superEstado controlador e sustentador das hostes mais empobrecidas( ou agora neo-classe média), a esquerda atual conseguiu. Criou-se um Estado do povo, mas que não é para o povo, é para uma pequena classe revanchista, recalcada e ressentida.
A direita, paralisada, assiste sem conseguir se movimentar. Não há o que fazer: há um totalitarismo branco, uma ditadura morna, mas eficiente. Há uma desgraça terna que assola e nivela por baixo todos os valores e aspirações do ser humano.
Hoje a esquerda triunfa no mundo, mas não é um triunfo passageiro, é um triunfo que mudará a maneira de entendermos o poder e suas novas dinâmicas. Merece um estudo mais aprofundado.
Lembro-me de Foucault nesta hora, quando, a partir de suas teses, nos leva a deduzir que o que a esquerda está fazendo hoje, ao distribuir bolsas e vantagens aos pobres para estimular o consumo e criar uma nova classe média, é nada mais nada mesmo que tutelar e dominar essas massas de gente cada vez mais ignorante, menos instruída e, portanto, menos autônoma.