domingo, 29 de dezembro de 2013

A defesa da liberdade e o aumento da tutela

O atual aumento das liberdades significa o que, na realidade? Hoje são defendidos os direitos ao uso e comércio da maconha, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, ao abordo, a liberdade religiosa e enfim, vários são os aspectos da liberdade que podem ser gozados pelo cidadão e, aqueles aos quais ele ainda não desfruta, caminha a passos largos as propostas e tentativas de se tornar um direito pleno.
Seriam isto realmente liberdades defendidas como sendo direitos civis pertinentes a cada cidadão ou apenas um projeto de poder, um marketing político para a a manutenção do poder?
Em primeiro lugar, eu devo deixar bem claro que, pessoalmente, sou plenamente a favor de que, enquanto cidadãos, temos o direito de casar com quem bem entendemos, respeitados os limites impostos pela autonomia e independência entre os cidadãos e sua capacidade para tanto( vontade e autonomia) e enfim, fazer o que nos manda a consciência. Casamento entre pessoas do mesmo sexo, abortar e professar aquilo que se deseja, desde que pautados por uma certa razoabilidade norteadora, não podem ser descartados por motivações meramente religiosas. Isto é o cerne do pensamento liberal.
Porém, estas devem ser conquistas da própria população e não uma tutela do Estado; devem representar um avanço para a sociedade e não uma política de estado para conquistar cada vez mais eleitores para seu projeto de poder.
Discutir estes projetos é muito diferente de ceder a determinados grupos organizados da sociedade. Investir em educação e desenvolvimento da autonomia e consciência é diferente de impor através da mídia uma situação que pode gerar ressentimentos e criar novos preconceitos e aversões que apareceriam a longo prazo.
A liberdade é algo adquirido pelo movimento próprio da consciência e não algo que pode ser dado por um líder ou presidente(a) ou partido político. Não se compra em supermercado e nem pode ser oferecido em campanhas políticas. 
O que o atual governo brasileiro tem feito e aumentar a tutela de camadas da população e de categorias, classes e grupos, aumentando sua participação social apenas na forma de proteção dos seus direitos de expressão, mas não necessariamente criando um projeto de mudança social.
Com isto, o governo ofusca seus verdadeiros interesses de permanecer ad aeternum no poder, usando para isto as suas massas subornadas pelos benefícios econômicos e sociais que, volto a repetir, deveriam ser conquistadas por um povo consciente de si e de seus objetivos e não dados como presente.

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